Entre os dias 24 e 27 de Agosto, aconteceu o 15º Encontro da União Nacional por Moradia Popular (UNMP), em São Luís (MA). O encontro, que teve como lema: “Em Defesa da Democracia e da Mãe Terra, Não Abrimos Mão da Autogestão”, veio para retomar os projetos comprometidos com as lutas populares, organizar e traçar estratégias para que o direito à moradia digna para todos e todas possam se acelerar.
A abertura do encontro foi marcada por uma grande caminhada que teve início às 15:30 na Praça Deodoro, e percorreu as ruas do centro histórico com a presença de caravanas de vários estados brasileiros e também de cinco países da América Latina.
Na manhã da sexta-feira (25), o encontro deu continuidade na FETAEMA, em São José de Ribamar-MA, e iniciou-se com o debate na 1º mesa: “Direito à Moradia e à Cidade, na Perspectiva da Construção da Democracia e na Defesa da Mãe Terra”. A mesa teve a participação de Ane Moura, secretária estadual do Partido do Trabalhadores (PT) na Amazônia, a vereadora da cidade do Rio de Janeiro, Tainá de Paula, e Gilberto Carvalho. O grupo pautou a importância da autogestão no processo de luta por moradia digna.
Logo em seguida, iniciou-se a 2º mesa de debate com o tema: “Autogestão e Função Social: grandes desafios e novas propostas – Debate sobre o PL da Autogestão”, com a presença de Evaniza (UNMP), Eleonora Márcia, coordenadora das funções sociais na Caixa e Karla, representante da Selvip, uma mesa composta por mulheres trouxe ferramentas para fortalecer articulações na garantia de moradia para a população por meio da autogestão.
Para Evaniza, ainda há muitas dúvidas sobre autogestão. Ela “não é pra construir casa, é pra construir uma sociedade de baixo pra cima e de dentro pra fora”, pois só é possível construir uma sociedade igualitária quando todos tiverem acesso à moradia digna.
Francisca Tida, conhecida como Dona Tida, presidente da Associação Comunitária dos Moradores do Pequiá, conta que a união e força das mulheres no evento chamou a sua atenção. “Elas estavam muito animadas e é isso que nós também devemos fazer. A união traz a força e unidas venceremos”, finaliza.
A participação de Dona Tida e Socorro, ambas da ACMP, ressalta a importância dessas mulheres nos debates sobre o direito à moradia digna e também marca a vitória dos futuros moradores e moradoras de Piquiá da Conquista, a nova morada de 312 famílias que ajudaram a construir o famoso bairro de Piquiá de Baixo, hoje impróprio para morada por conta da poluição causada pelas siderúrgicas em atividade ao redor da comunidade.
Matéria por Antônia Flávia, comunicadora popular.
Edição: Yanna Duarte (Justiça nos Trilhos).