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PROJETO DIREITO A SAÚDE DO PIQUIÁ DE BAIXO
Os moradores de Piquiá de Baixo sofrem com diversos problemas de saúde, que vão desde uma simples gripe até câncer de pulmão, provocados pela poluição gerada pelas atividades das cinco siderúrgicas instaladas na comunidade. Sensível a essa realidade a Rede Justiça nos Trilhos criou em fevereiro de 2013, o Projeto ‘Direito a Saúde do Piquiá de Baixo’, que atende cerca de 30 famílias com crianças de 0 a 6 anos.
A coordenadora do projeto, Érica Souza, explica que o objetivo principal das atividades é a criação da Pastoral da Criança em Piquiá. A Pastoral da Criança é um organismo de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que atua na organização da comunidade e na capacitação de líderes voluntários que assumem a tarefa de orientar as famílias em ações básicas de saúde, educação, nutrição e cidadania.
Érica esclarece ainda, que são realizados acompanhamentos mensais junto às famílias, para entender como estão os estados de saúde, alimentação e educação. “Se tiver um problema mais grave de saúde a gente tenta procurar um apoio dos órgãos públicos municipais: Secretaria de Saúde, de Educação, as vezes o Conselho Tutelar”, explica.
Maria Aldenir, 47, é uma das mães que recebe acompanhamento do projeto, para ela o trabalho desenvolvido tem ajudado as famílias da comunidade. “O trabalho delas tem me ajudado muito, elas estão sempre encaminhando, ajudando a gente. Elas vêm saber se os meninos estão sadios. Se tem algum doente elas perguntam se já foi consultado, quando foi consultado, estão acompanhando bem”, afirma.
A colaboradora do projeto, Valentina Caperdone, explica que algumas famílias que não estão contempladas pelo projeto, mas que apresentam problemas de saúde também são atendidas. O projeto trabalha dando orientações e indicações de alguns procedimentos que os moradores desconhecem. “Fazemos uma espécie de mediação entre os órgãos públicos e a comunidade, porque as vezes as famílias não sabem o que é o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) ou onde fica, por exemplo. A assistente social não vem, se não sabe que tem que vir”.
Além do acompanhamento das famílias, em 2014 o projeto vai oferecer quatro minicursos para as mães da comunidade: Corte e costura, crochê, confecção de bonecas e pintura em camiseta. Érica destaca que os minicursos são incentivos para as mães. “Até mesmo para que no futuro essa atividade possa gerar renda para elas, que irão aprender algo que possam vender e ter lucro”. As ações do projeto amenizam os graves problemas de saúde das crianças da comunidade, são ações simples que contribuem na construção de famílias mais esclarecidas quanto aos seus direitos e que anseiam por qualidade de vida.
Domingos de Almeida