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Caminhão de transporte de ferro líquido pega fogo nas proximidades de Piquiá de Cima, em Açailândia (MA)

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Caminhão de transporte de ferro líquido pega fogo nas proximidades de Piquiá de Cima, em Açailândia (MA)

Caminhão pegando fogo ( foto: Mikaell Carvalho)
 
 
Era por volta das 10h do dia 04 de abril, em Açailândia (MA), quando o “panelão” (como é conhecido o caminhão que transporta ferro gusa líquido a uma temperatura de aproximadamente 1300 ºC) furou e o material incandescente escorreu para a BR 222. O caminhão fazia o percurso da Gusa Nordeste para a aciaria Aço Verde Brasil (AVB) quando o motorista percebeu o vazamento. Ele seguiu por cerca de 100 metros, até Piquiá de Cima, na Avenida João Castelo, onde retirou o veículo da BR e abandonou o carro, que em seguida pegou fogo.
Não houve pessoas feridas ou mortas, apenas danos matérias. Além do calor intenso causado pelo incêndio, formou-se uma nuvem de fumaça preta no trecho da BR. O Corpo de Bombeiros foi acionado para conter as chamas. A empresa mandou maquinário para fazer a limpeza do local e remover o caminhão.
Esse foi o segundo acidente ocorrido em 2018, envolvendo veículos da Gusa Nordeste. Em 27 de janeiro, um caminhão de carga (caçamba) da mesma empresa transportava resíduos industriais (rejeito tóxico da produção de ferro gusa, conhecido como lama), indo da aciaria em sentido a empresa, quando já no acesso em frente à Escola de Piquiá de Baixo, o basculante (parte móvel do veículo que abaixa, inclinando para despejar a carga) do caminhão levantou e jogou todo o material sob a rodovia.
Na ocasião, a empresa Gusa Nordeste se limitou apenas em fazer a limpeza superficial do local, não realizando nenhum outro procedimento. A Associação de Moradores de Piquiá entrou com uma representação junto ao Ministério Público (MP) pedindo a apuração do caso e que a empresa tomasse medidas para despoluir o solo e as águas atingidas pelos resíduos, além de realizar o monitoramento da área contaminada.
Em 2015, quando iniciado o transporte de ferro gusa líquido, a Associação de Moradores também entrou com representação junto ao MP, solicitando entre outros documentos, o plano emergencial da empresa referente a esse tipo de transporte. O parecer técnico emitido pelo MP, em 2016, após análise do plano, apontava que “de forma geral, o documento da empresa [aciaria] Aço Verde é generalista e superficial”.
O parecer elencava algumas deficiências do plano, como a não identificação das rotas utilizadas, o que é importante para delimitar a área de atuação das medidas emergenciais. Além da identificação de apenas uma hipótese acidental, apontando que “devem ser identificadas todas as possíveis hipóteses e suas respectivas medidas para proporcionar uma ação rápida e eficiente”.
O plano emergencial da empresa, segundo o parecer técnico do MP, também não identificava de forma detalhada quais eram os procedimentos pós-emergenciais. Essas medidas são importantes para “avaliar a proporção, a intensidade e as consequências do acidente e a recuperação das áreas impactadas”.  Moradores relataram que algumas horas após o acidente, outro caminhão de transporte de ferro líquido foi visto fazendo o mesmo trecho na BR.
Em nota lançada ontem, a empresa assinalou que o incêndio foi ocasionado por um “provável vazamento” da panela do caminhão, feito de material refratário de alta resistência. Afirmou ainda que a brigada de incêndio da empresa foi acionada imediatamente, que executou os procedimentos do Plano de Ação Emergencial (PAE) e “com o apoio do Corpo de Bombeiros, de empresas parceiras e outros colaboradores conseguiram rapidamente conter o incêndio”.
Após 24h do acidente, dois peritos do Instituto de Criminalística do Maranhão (Icrim) compareceram ao local para realizar a perícia, mas todas as peças já haviam sido removidas e levadas ao pátio da aciaria ainda no dia anterior. O perito da Polícia Civil Décio, Marques afirmou que “a remoção das peças do caminhão e de tudo da área, vai comprometer a investigação para chegar às reais causas que levaram a tal acidente acontecer”. Uma informação que deve ser levada em consideração é o fato de que o “panelão” já estava sendo soldado.
A solicitação da perícia foi realizada no mesmo dia do acidente pela promotora do Meio Ambiente Letícia, Teresa Sales Freire, mas havia apenas um perito de plantão em Imperatriz (MA), cidade há 70km de Açailândia. Além dos peritos, esteve no local acompanhando a perícia uma equipe da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA), composta pelo engenheiro ambiental Paulo Mariano, o fiscal ambiental Clayton da Conceição e o secretário Sininger Vidal, que afirmou que as documentações sobre o plano de ação da empresa já estavam sendo solicitadas para seguir com as investigações.
Em dezembro de 2017, a Secretária Estadual de Meio Ambiente (SEMA) realizou uma fiscalização na empresa, a partir de denúncias da Associação de Moradores de Piquiá. A Associação juntamente com o Ministério Público tem buscado ter acesso aos relatórios de cumprimento das condicionantes para funcionamento, conforme a portaria 111/2008 que trata das atividades de siderurgia no Maranhão.
Idayane Ferreira

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